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Vestígios de uma sociedade complexa antiga foram encontrados no sul do Piauí

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Detalhes de fios com contas em osso de um dos braceletes do indivíduo. Imagem: UFPI

Pesquisadores das Universidades Federais do Piauí (UFPI), Minas Gerais (UFMG) e Vale do São Francisco (UNIVASF) estão realizando escavações arqueológicas no Parque Nacional da Serra das Confusões.

Durante o segundo ano consecutivo de estudo, uma descoberta surpreendente foi feita: um novo esqueleto com um tratamento funerário que remete a uma fórmula indígena de enterramento.

O esqueleto, exumado este ano, pertence a um indivíduo adulto do sexo masculino. Além disso, foram encontrados fios, um colar e dois braceletes feitos com contas em osso polido, indicando a presença de uma cultura material rica no local.

Os pesquisadores também identificaram vestígios associados à produção de fibras e/ou tecidos a partir de algodão nativo, permitindo uma compreensão mais detalhada do processo de manufatura desses materiais.

A face da pessoa estava oculta por uma peça cerâmica grande, que é uma forma de sepultamento indígena já documentada em outros sítios arqueológicos nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Imagem: UFPI

A coordenadora do Laboratório de Osteoarqueologia da UFPI, professora Claudia Cunha, ressaltou a importância dessas descobertas para compreender não apenas como eram essas pessoas em vida, mas também as relações sociais nas comunidades em que viviam.

O coordenador do projeto, professor Grégoire van Havre, destacou que as recentes descobertas arqueológicas fornecem evidências significativas sobre a sociedade que habitava o sul do Piauí.

Segundo ele, os achados sugerem a presença de uma população indígena com domínio tecnológico da tecelagem, indicando uma sociedade complexa ocupando a região.

A face da pessoa estava oculta por uma peça cerâmica grande, que é uma forma de sepultamento indígena já documentada em outros sítios arqueológicos nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Imagem: UFPI

“O que encontramos sugerem uma população indígena com o domínio tecnológico da tecelagem. É mais um indício da presença, não de grupos isolados, em migração sazonal, mas de uma sociedade complexa ocupando o sul do Piauí”, destacou.

Além dos pesquisadores, estudantes das universidades envolvidas também participam ativamente das escavações arqueológicas do sítio. Francisco das Chagas Silva Júnior, aluno do curso de Arologia da UFPI, descreveu a experiência como enriquecedora e destacou a oportunidade única de vivenciar o processo prático de escavação arqueológica.

A cronologia do sítio arqueológico deverá receber em breve novos dados importantes. Um osso coletado em 2022 está sendo analisado atualmente no Laboratoire des Sciences du Climat et de l’Environnement, na França, sob a responsabilidade da professora Christine Hatté. A datação por carbono-14 desse material poderá fornecer informações valiosas sobre a antiguidade do sítio arqueológico.

Fonte: SoCientifica

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