Sigilo de 100 anos: 6 segredos de Bolsonaro que podem ser revelados em 2023

Cartão de vacinação
Uma das promessas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a campanha foi a de quebrar sigilos de 100 anos decretados ao longo do governo de Jair Bolsonaro (PL). A expectativa é que os segredos, que só seriam revelados em uma centena de anos, sejam expostos ao fim do mandato.
Só em 100 anos o brasileiro poderá saber se o presidente Jair Bolsonaro tomou vacina contra a covid-19. Apesar de ter uma postura publica contra os imunizantes contra a doença, Bolsonaro negou que a sociedade saiba se ele está, ou não, vacinado contra a covid.
Em 8 de janeiro de 2021, quando o Brasil começou a vacina a população, o Palácio do Planalto decretou sigilo de até 100 anos ao cartão de vacinação do presidente. A revista Época havia feito um pedido dia Lei de Acesso à Informação para ter acesso ao documento, mas foi negado.
Segundo a presidência, o cartão de vacinação diz “respeito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem” e, por isso, os dados não seriam divulgados.

Entrada de pastores no Planalto
O Palácio do Planalto decretou sigilo de 100 anos dos encontros entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e pastores lobistas, como Gilmar Santos e Arilton Moura. Os dois são suspeitos de terem pedido ao presidente liberação de recursos do Ministério da Educação para prefeituras com as quais estavam comprometidos politicamente.
A informação sobre o sigilo foi revelada pelo jornal O Globo. O veículo fez um pedido sobre os registros de entradas e saídas de Santos e Moura do Planalto, via Lei de Acesso à Informação. Nem todos os encontros feitos pelo presidente são registrados na agenda e, por isso, o jornal tentou a informação dos registros das passagens dos pastores pelo Planalto e pela sala do presidente.
Em resposta ao jornal O Globo, o Gabinete de Segurança Institucional, do general Augusto Heleno, afirmou que o pedido não poderia ser atendido. A justificativa é que a informação poderia colocar a vida de Jair Bolsonaro e de familiares dele em risco.
Na agenda oficial de Bolsonaro, constam três encontros entre os pastores Gilmar Santos, Arilton Moura, o presidente da República e o ex-ministro Milton Ribeiro. Mesmo assim, o GSI não autorizou a divulgação das datas em que os pastores foram ao Palácio do Planalto.

Dados de crachás dos filhos
Em julho de 2021, o governo impôs sigilo de 100 anos sobre os dados dos crachás de acesso de Carlos Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro, filhos 02 e 03 do presidente Jair Bolsonaro, ao Palácio do Planalto.
Na ocasião, a regista Crusoé entrou com um pedido via Lei de Acesso à Informação, mas a requisição foi negada. A justificativa da Secretaria-Geral da presidência foi de que os dados dizem respeito “à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem dos familiares do senhor Presidente da República, que são protegidas com restrição de acesso, nos termos do artigo 31 da Lei nº 12.527, de 2011”.
Dessa forma, a população fica impedida de saber quantas vezes os dois filhos do presidente estiveram no Palácio do Planalto.

Processo contra Pazuello
Em junho de 2021, o Exército decidiu impor sigilo de 100 anos no processo contra o ex-ministro Eduardo Pazuello. General na ativa na época, ele participou de um ato com o presidente Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro – o que é vedado para militares que não foram para a reserva.
A manifestação de apoiadores de Bolsonaro aconteceu em 23 de maio do ano passado e Pazuello esteve presente no palanque do presidente. Foi aberto um processo para investigar a conduta do ex-ministro, mas a conclusão do processo é sigilosa.

“Rachadinha” de Flávio Bolsonaro
As investigações contra o senador Flávio Bolsonaro pelas suspeitas de “rachadinha”, quando era deputado estadual pelo Rio de Janeiro, foram colocadas em sigilo. A justificativa é que os processos tinham “informações pessoais”.

Mensagens sobre prisão de Ronaldinho
Ronaldinho Gaúcho foi preso no Paraguai em 2020, pego com documentação falsa. O governo de Jair Bolsonaro trabalhou pela libertação do ex-jogador, mas, a troca de mensagens entre o Itamaraty e o Assis, irmão de Ronaldinho, ficaram sob sigilo.
Fonte: Meio Norte