Polêmica sobre possível camisa vermelha na Seleção Brasileira repercute na internet
Suposto acordo entre a empresa americana Nike com a CBF em adotar a cor no segundo uniforme divide opiniões e reacende discussões sobre identidade nacional, apropriação e uso para fins políticos.
Bastou a confirmação da notícia que a Nike e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) teriam feito acordo para que o segundo uniforme da Seleção Brasileira fosse vermelho – em vez do tradicional azul, a partir de março de 2026, antes da Copa do Mundo, para que a internet e redes sociais reacendesse uma antiga polêmica quanto a identidade nacional e uso político no Brasil.
A decisão da empresa estadunidense em estampar a marca de Michael Jordan – como é na camisa do francês PSG, provocou uma onda de reações entre torcedores e mesmo apenas quem acompanha o esporte de tabela.

Tradicionalmente associada a cor azul – essa a qual veio o primeiro título mundial em 1958, contra a Suécia, a mudança foi recebida com surpresa e dividiu opiniões também entre especialistas da mídia esportiva e figuras públicas.
Para alguns, a nova cor representa uma tentativa de renovação e distanciamento das conotações políticas que a camisa amarela adquiriu nos últimos anos. Desde as manifestações de 2013 que descambaram até o Impeachment da presidente DIlma Rousseff em 2016, a camisa da Seleção tem sido utilizada por diversos grupos políticos, o que gerou debates sobre sua neutralidade e significado. A Nike, por sua vez, afirmou que a escolha do vermelho visa homenagear aspectos culturais brasileiros e não possui intenções políticas.
No entanto, críticos argumentam que a mudança desrespeita a tradição e a história da Seleção. Além disso, a Nike enfrentou controvérsias anteriores relacionadas à personalização das camisas. Em 2022, a empresa foi acusada de discriminação religiosa ao permitir nomes como “Jesus” e “Cristo” nas personalizações, enquanto vetava termos relacionados a religiões afro-brasileiras, como “Exu” e “Ogum” . Os nomes de “Lula”, “Bolsonaro” ou qualquer outro que fizesse menção similar, foram proibidos após intervenção do Ministério Público Federal. A Nike então firmou um acordo para vetar no site qualquer personalização com cunho religioso, político ou ofensivo.

O comentarista esportivo Walter Casagrande também se manifestou sobre a polêmica. Em entrevistas anteriores, Casagrande criticou a apropriação da camisa amarela por grupos antidemocráticos e defendeu a necessidade de resgatar seu significado original . Ele destacou que, historicamente, a camisa da Seleção esteve associada a movimentos democráticos, como as Diretas Já em 1984.
Casagrande também comentou sobre a atual falta de identidade da Seleção Brasileira, afirmando que o time carece de personalidade coletiva e que isso afeta o desempenho dos jogadores. Para ele, a mudança na cor da camisa pode ser vista como uma tentativa de reaproximação com a torcida e de reconstrução da identidade do time.
O jornalista esportivo Paulo Vinícius Coelho “PVC”, ex ESPN e Globo, também foi contrário a adoção da nova cor. Galvão Bueno, agora na TV Bandeirantes, foi outro contrário.
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Fonte: Divi News