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Após navegar sem rumo por 6 meses, porta-aviões da Marinha do Brasil foi afundado no Atlântico

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Marinha do Brasil gastou R$ 37,2 milhões para afundar porta-aviões desativado São Paulo, que havia sido vendido por R$ 10 milhões – Foto: Reprodução

Marinha do Brasil gastou R$ 37,2 milhões para afundar porta-aviões desativado São Paulo, que havia sido vendido por R$ 10 milhões

Por décadas, o porta-aviões São Paulo simbolizou o poder naval da Marinha do Brasil. Mas o que era para ser uma operação de desmonte se transformou em um escândalo ambiental e financeiro, culminando no seu afundamento a 5 mil metros de profundidade. Como um navio vendido por R$ 10 milhões acabou gerando um custo superior a R$ 37 milhões para ser destruído?

A polêmica decisão da Marinha do Brasil levanta questionamentos sobre planejamento, desperdício de recursos e riscos ambientais. Entenda os bastidores dessa operação controversa e as consequências para o futuro da frota brasileira!

A controversa operação de afundamento do porta-aviões

A decisão de afundar o São Paulo gerou enorme repercussão. O porta-aviões, desativado há anos, foi vendido por apenas R$ 10 milhões para um estaleiro turco especializado no desmonte de navios. Entretanto, uma sucessão de eventos levou ao retorno da embarcação ao Brasil e forçou a Marinha a assumir novamente a responsabilidade pelo casco.

Sem um destino viável e acumulando custos elevados, a Marinha Brasileira optou pelo afundamento controlado do São Paulo em fevereiro de 2023. A operação mobilizou 298 militares e teve um custo total de R$ 37,2 milhões, um valor muito superior ao arrecadado com a venda original.

A área escolhida para o naufrágio foi analisada pelo Centro Hidrográfico da Marinha, sendo localizada em águas profundas, fora da zona econômica exclusiva brasileira, para minimizar impactos ambientais. No entanto, a decisão não agradou ambientalistas e especialistas, que alertaram sobre os riscos do amianto, material altamente tóxico presente no casco do navio.

De promessa militar a problema ambiental: a história do São Paulo

porta-aviões São Paulo teve um passado marcante. Construído na França nos anos 1950, foi batizado como Foch e serviu à Marinha Francesa por décadas. Durante sua carreira, participou de operações no Oriente Médio e na África, além de testes nucleares no Pacífico.

No ano 2000, o Brasil adquiriu a embarcação por US$ 12 milhões, apostando em sua modernização para fortalecer sua força naval. Entretanto, apenas cinco anos depois, um incêndio comprometeu seriamente suas operações. Desde então, sucessivas tentativas de recuperação fracassaram, e em 2017, a Marinha decidiu desativá-lo.

Com a decisão de retirá-lo de serviço, o casco foi vendido ao estaleiro turco Sök Denizcilik em 2021. A empresa, certificada para reciclagem naval, planejava desmontá-lo para sucata. Mas quando o navio partiu do Rio de Janeiro rumo à Turquia, um novo problema surgiu: autoridades turcas barraram a entrada do porta-aviões no Mediterrâneo devido à presença de amianto em sua estrutura.

Sem autorização para desembarcar na Turquia, o São Paulo foi forçado a retornar ao Brasil, iniciando uma jornada sem destino definido.

Seis meses à deriva: o impasse sobre o destino do São Paulo

A volta do porta-aviões ao Brasil criou um grande dilema jurídico e logístico. Como o casco já havia sido vendido, a responsabilidade passou para a MSK Maritime, empresa encarregada do reboque. No entanto, diante das dificuldades e custos elevados, a companhia abandonou a propriedade da embarcação, deixando o problema nas mãos da Marinha Brasileira.

Sem um porto disposto a recebê-lo, o navio passou seis meses navegando sem rumo na costa de Pernambuco. A situação gerou preocupações ambientais e riscos de segurança, levando as autoridades a buscar uma solução definitiva.

O custo crescente de manutenção e o perigo ambiental fizeram com que a Marinha tomasse a decisão drástica de afundá-lo. Apesar de protestos de organizações ambientais, o destino do São Paulo estava selado.

Afundamento do São Paulo: R$ 37,2 milhões para os cofres públicos

afundamento do São Paulo foi uma operação complexa, exigindo grande planejamento logístico e segurança militar. O processo envolveu mais de 290 militares e resultou em um custo final de R$ 37,2 milhões, um valor considerado alto para um navio que já havia sido vendido por R$ 10 milhões.

Os críticos apontam que a falta de planejamento resultou em um desperdício significativo de recursos públicos. O fato de o casco já ter sido vendido e, mesmo assim, retornar ao Brasil gerou um prejuízo que poderia ter sido evitado.

A maior preocupação ambiental envolveu o amianto, um material cancerígeno amplamente utilizado em navios antigos. Embora a Marinha tenha garantido que a área escolhida para o naufrágio era segura, especialistas alertam para os riscos de contaminação marinha a longo prazo.

Revolução na Marinha do Brasil: governo quer fabricar um porta-aviões nuclear até 2040

O afundamento do São Paulo marcou o fim de uma era para a Marinha Brasileira. Sem um porta-aviões para operar seus caças A-4 Skyhawk, que já vêm da Guerra do Vietnã, o Brasil agora depende do porta-helicópteros Atlântico, adquirido da Marinha Real Britânica.

No entanto, os planos para o futuro da força naval são ambiciosos. Recentemente, o governo brasileiro anunciou um projeto para desenvolver um porta-aviões nuclear até 2040. Se concretizado, o novo navio representaria um salto tecnológico e colocaria o Brasil entre os poucos países do mundo com esse tipo de embarcação.

Com a desativação do São Paulo, a Marinha do Brasil se vê diante de um novo desafio: modernizar sua frota e recuperar sua capacidade de projeção de força no Atlântico. O afundamento do porta-aviões trouxe lições sobre a gestão de grandes embarcações, mas também deixou um alerta sobre a importância do planejamento logístico e ambiental em operações desse porte.

O que você acha da decisão da Marinha do Brasil de afundar o porta-aviões São Paulo? Foi a melhor solução ou um desperdício de recursos? Deixe sua opinião nos comentários! ⬇️

Fonte: Click Petróleo e Gás

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