Picos

Guardador de carros faz apelo para continuar trabalhando no centro de Picos

Manoel Ferreira Isostomo, 32 anos – Foto: Jailson Dias

O guardador de carros Manoel Ferreira Isostomo, 32 anos, que trabalha há quatro anos como guardador de carros na Rua Cel. Francisco Santos, centro de Picos, está preocupado com a possibilidade de ser afastado do ponto onde ganha a vida.

Ele afirmou que essa é a sua única fonte de renda, que consiste em colocar pedaços de papelão no para-brisa dos automóveis que estacionam nas imediações. “Tenho família e três filhos para criar, e tiro meu sustento daqui, vigiando esses carros”, comentou.

Manoel Ferreira foi informado que a Secretaria de Transporte, Trânsito e Mobilidade Urbana (STTRAM) não permitirá mais que ele continue trabalhando naquele setor, assim como outros guardadores avistados pelo centro da cidade. Ele disse que já exerce esse subemprego na Cel. Francisco Santos há sete anos. O que apura ao longo do dia é a única forma de sobrevivência da família, já que a esposa não trabalha.

Manoel informou que chega na rua às 7h00 e permanece no local até as 17h00. A fonte de renda vem do que os motoristas decidem doar quando vão buscar os carros. “A gente recebe até R$ 0,10, e nada contra, agradecemos quem quer ajudar e os motoristas nos respeitam, tratam bem, conversam”, comentou.

Foto: Jailson Dias

Nós conversamos com o secretário de Trânsito, Edilberto Cirilo, sobre essa situação. Ele informou que os guardadores de carros precisam ser afastados das áreas onde existe a Zona Azul porque os automóveis estão sob a custódia do município. “Ninguém mais pode ter acesso a ele que não sejam aquelas pessoas que estão preparadas para fazer esse serviço”, comentou.

Indagado sobre as pessoas que sobrevivem desse trabalho, Edilberto informou que existem outras áreas da cidade onde podem retirar a sua renda. “O que não pode é a pessoa já está pagando a Zona Azul e depois pagar mais alguma pessoa que está colocando papelão, e a questão nossa é que o carro está sob a nossa custódia, e qualquer dano ao veículo é de inteira responsabilidade nossa”, explicou.

Embora não tenha um número de pessoas que exerçam esse subemprego em Picos, Edilberto argumenta que este é pequeno, pois muitos foram contratados para trabalhar na Zona Azul quando ela foi implantada. “Só não permaneceram aqueles que não quiseram”, comentou.

Quanto a retirada dessas pessoas, Edilberto acredita que pode acontecer tranquilamente, sem uso de qualquer coação. O entrevistado do início dessa matéria, Manoel Ferreira, informou que trabalhou na Zona Azul, mas terminou por ser demitido e voltou para o seu antigo ramo.

Fonte: Jaílson Dias/Folha Atual

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