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Volkswagen paralisa produção de fábricas no Brasil mesmo com programa de descontos para carros “populares”

Montadora parou unidades de Taubaté (SP) e de São José dos Pinhais (PR) nesta semana e vai dar férias coletivas em São Bernardo em julho

A Volkswagen voltou a ajustar a produção por conta da estagnação do mercado, apesar dos descontos patrocinados pelo governo federal para estimular a venda de veículos. A montadora é inclusive a segunda que mais teve créditos tributários liberados até o momento (R$ 60 milhões).

Já os metalúrgicos da General Motors (GM) em São José dos Campos, no interior de São Paulo, aprovaram acordo do sindicato com a montadora para suspender um turno da fábrica, que produz a picape S10 e o utilitário esportivo TrailBlazer, por até dez meses. A GM já recebeu R$ 20 milhões em créditos tributários do governo (veja mais abaixo).

Logotipo da Volkswagen em volante de carro (Volkswagen/Divulgação)

A VW parou completamente nesta semana (de segunda-feira a sexta-feira) a produção das fábricas de Taubaté, no interior paulista, e de São José dos Pinhais, no Paraná — que já vinha desde o início do mês funcionando em apenas um turno.

A unidade paranaense da Volks produz o utilitário esportivo T-Cross e a de Taubaté, o Novo Polo e o Polo Track (sucessor do Gol). Os dias parados nas duas unidades serão descontados do banco de horas dos funcionários.

A montadora também vai parar por dez dias, a partir de 10 de julho, a fábrica de São Bernardo do Campo, onde são produzidos o Novo Virtus, o Novo Polo, o Nivus e a picape Saveiro. Os operários dos dois turnos da planta no ABC paulista vão entrar em férias coletivas.

Segundo a Volkswagen, todas as ferramentas de flexibilização estão previstas em acordo coletivo firmado com o sindicato e trabalhadores.

E os descontos do governo?

A Volkswagen foi a primeira empresa a divulgar os novos valores dos carros de até R$ 120 mil, com um desconto extra de até R$ 5 mil além do subsídio do governo. Gol, Polo, Virtus, T-Cross e Saveiro estão na lista da fabricante alemã.

O Gol foi uma surpresa na lista, pois o carro deixou de ser produzido em 2022. Mas a empresa reforçou que não pretende retomar a produção e que as unidades que receberão descontos estão em estoque de algumas concessionárias.

Em termos de demanda pelo programa, as vendas de carros populares já consumiram 80% de todo o dinheiro reservado pelo governo federal para o subsídio de veículos 0 km, em apenas 15 dias. Diante da alta demanda, o governo estendeu a exclusividade das vendas para pessoas físicas.

R$ 60 milhões de subsídio

A Volkswagen é a segunda montadora com mais dinheiro liberado pelo governo federal (R$ 60 milhões). A primeira é a FCA Fiat Chrysler (que inclui a Jeep), com R$ 170 milhões liberados (ou 40% de todos os créditos tributários concedidos até o momento).

A Renault aparece em terceiro lugar, com R$ 50 milhões. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) já liberou R$ 420 milhões dos R$ 500 milhões disponíveis, segundo o último balanço.

Peugeot/Citroën e Hyundai vêm empatadas na sequência (R$ 40 milhões cada uma), e a Nissan se igualou à General Motors – Chevrolet na sexta colocação (R$ 20 milhões cada uma). Na “lanterna” do programa estão as outras duas japonesas, Honda e Toyota (R$ 10 milhões cada uma).

( Estadão Conteúdo) 

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