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Cientista político Mangabeira Unger sugere Rafael em vez de Lula para 2026

Roberto Mangabeira Unger, ex-ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, sugeriu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não se candidate à reeleição em 2026 e foque na construção de um sucessor. Em entrevista publicada pela Veja na sexta-feira (21/06), o filósofo e professor de Harvard afirmou que esse é o caminho para quebrar a “briga moral de uma política de costumes” encabeçada por Lula e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Para Mangabeira, a polarização entre esquerda e direita desvia o foco das questões econômicas para uma narrativa moral, encaminhando o Brasil para mais um ciclo de oportunidades perdidas no desenvolvimento social e econômico. “Essa falsa direita e essa falsa esquerda têm o mesmo projeto”, disse ele.

Mangabeira propõe que Lula, em vez de buscar a reeleição, trabalhe na construção de um sucessor. Ele apontou o governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), como uma boa opção para a sucessão de Lula, descartando Fernando Haddad, ministro da Fazenda, como a melhor escolha. “O PT é um partido hoje essencialmente nordestino, mas absurdamente comandado por São Paulo. E quem aparece na mídia é o embaixador de Lula ao mercado financeiro, o Haddad. Esse não deve ser o caminho para o PT. Não é a melhor maneira de abrir a porta do futuro”, afirmou.

FOTO: REPRODUÇÃO

O filósofo também criticou o governo Lula 3, revelando que tentou marcar uma reunião com o presidente em diversas oportunidades, mas não foi atendido. “Eu tentei uma audiência com Lula, ele não me concedeu. Várias vezes”, disse Mangabeira. Ele acredita que a resistência de Lula em atendê-lo pode estar atrelada ao seu encontro com Bolsonaro no início deste ano. O ex-ministro chegou a cogitar a apresentação de um habeas corpus ao STF para evitar uma possível prisão de Bolsonaro.

Mangabeira considera normal a decisão de Lula de não querer falar com ele e compreende a situação. “Sou apenas um cidadão particular. Também não há razão para ele gastar o tempo dele falando comigo. Mas achei correto que, havendo conversado com um, pelo menos procurasse conversar com o outro”, declarou.

O ex-ministro também criticou a tentativa do governo petista de buscar a confiança do mercado financeiro para atrair investimentos estrangeiros e domésticos ao país, afirmando que a energia do Planalto deveria estar voltada para encontrar um equilíbrio fiscal e ousar na construção de um projeto rebelde de desenvolvimento nacional.

Fonte: Com informações do Poder 360

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