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De lavador de impressoras à presidência da Piauí Conectado

Emerson Thiago da Silva, nascido no dia 26 de março de 1986, é natural de Cuiabá, Mato Grosso, mas faz parte de um grande processo de transformação feito com pioneirismo no Piauí: o Piauí Conectado. O projeto, desenvolvido junto ao Governo do Estado através da Superintendência de Parcerias e Concessões (Suparc), promete universalizar o acesso à fibra óptica de banda larga em 100% do território piauiense.

E a história de Emerson é uma inspiração. O jovem de família humilde, que começou tirando cópias e lavando impressoras em uma empresa matogrossense, hoje é diretor-presidente de um projeto que é inspiração, inclusive, para outros estados. Em todo o Brasil não existe nenhum projeto semelhante ao da Piauí Conectado.

Emerson superou dificuldades com determinação - Raíssa Morais
Emerson superou dificuldades com determinação – Raíssa Morais

Qualificação profissional

A proposta do projeto de parceria público-privada (PPP) é prover internet de fibra nos 224 municípios, através de um chamado “backbone”. Emerson e a equipe que lidera estão à frente desse processo, que leva saúde, educação, segurança e outros serviços de cidadania com excelência.

Assumindo o cargo de diretor-administrativo aos 18 anos, Emerson Thiago Silva mostra que as dificuldades são superadas com esforço e dedicação. O jovem aprendeu cedo a necessidade de buscar a qualificação profissional para mudar de vida. A faculdade foi um processo importante neste aspecto, mesmo Emerson tendo durado oito anos para se formar.

Emerson está a frente de projeto inovadorr - Raíssa Morais
Emerson está a frente de projeto inovadorr – Raíssa Morais

Acolhimento

Morando no Piauí, hoje Emerson é apaixonado pelo Estado que lhe deu morada e acolhimento. Ele reconhece as belezas naturais, além do amor e orgulho do piauiense com a própria terra. Para NOSSA GENTE, Emerson é uma mente brilhante em torno de um processo de transformação social enorme, que já permitiu que 100% da comunidade quilombola do Mimbó estivesse conectada com fibra óptica.

Jornal Meio Norte: Quem era o jovem Emerson Silva?

Emerson Silva: Uma criança que desde o início teve uma iniciativa empreendedora. Sempre busquei ter uma expectativa profissional de crescimento. Já vendia suquinhos desde os 8 anos de idade. Sempre busquei ser alguém para sair de uma determinada realidade. Minha família era de agricultores. Morei um certo período em sítio. Era uma situação de dificuldade. Sempre estudei em escola pública. Então, através do estudo e conhecer outros exemplos, tentei buscar o desenvolvimento. Eu não tinha acesso a esporte, educação e cultura. Para você ter ideia, a primeira vez que andei de ônibus foi aos 14 anos. Ir a um shopping? Aos 15, para ver um filme chamado “O Animal”, no cinema. Eu jogava bola na rua descalço, brincava de bolinha de gude.

JMN: O senhor imaginou que trabalharia com tecnologia?

ES: Meu sonho era ser engenheiro elétrico. Eu adorava consertar as coisas. Eu desmontava carrinhos e montava de novo. Pegar as luzinhas do carro e ligar com uma pilha. Então, comecei minha trajetória profissional na área técnica. Imaginei que entraria numa faculdade de engenharia. Eu queria seguir a carreira do meu pai, que era eletricista, mas eu queria ser engenheiro elétrico. Então, com as oportunidades que foram aparecendo, virei administrador de empresas.

Emerson começou a trabalhar aos 16 anos - Raíssa Morais
Emerson começou a trabalhar aos 16 anos – Raíssa Morais

JMN: E como começou sua vida profissional?

ES: A origem da empresa que trabalhamos era na área de impressoras e copiadoras. Fui contratado aos 16 anos para tirar cópias na Federação das Indústrias, terceirizando o serviço de cópias para eles no Mato Grosso do Sul. Depois de dois meses, o contrato acabou e fui promovido, como podemos dizer, a lavador de tampas de impressora para não ser demitido. Auxiliar técnico, certo? O técnico desmontava o equipamento e passava a parte de plástico para a gente lavar. Então mudei de pensamento e comecei a estudar administração. Comecei aos 16 anos de idade, passando por quatro faculdades diferentes. Passei 8 anos para me formar, porque com 18 anos assumi a gestão financeira e administrativa da empresa.

JMN: Foi uma boa experiência?

ES: As matérias não casavam, então eu regredia os períodos da faculdade. Eu acabei fazendo a mesma disciplina várias vezes, então o que eu não tinha aprendido eu já estava bem preparado. Peguei muita experiência dentro de tanto tempo estudando, aliando com a prática. Fiz matemática financeira e contabilidade três vezes, por exemplo. Ganhei oito anos de conhecimento.

JMN: E o que significou para você assumir uma gestão tão novo?

ES: Alguém que nunca nem tinha entrado em um banco sozinho. Até os 16 anos eu tive pouco contato com tecnologia. Eu fiz curso de informática quando entrei no grupo. Fui contratado e fiz o pacote office. Então comecei a me desenvolver. Para quem tinha acabado de completar a maioridade, era um medo grande das coisas darem errado. É uma responsabilidade grande mexer com a administração financeira. Na gestão você é psicólogo, advogado, gestor de RH. Então quando eu comecei eu achei que não daria conta. Eram dois anos de empresa e dois anos de faculdade. Mas deu certo!

Ao chegar ao Piauí se surpreendeu com o que viu - Raíssa Morais
Ao chegar ao Piauí se surpreendeu com o que viu – Raíssa Morais

JMN: Qual sua relação com o Piauí?

ES: A primeira vez que vim foi em 2017. Eu imaginava seca e pobreza. Quando cheguei aqui me surpreendi. Eu tinha uma visão limitada sem entender como era. Aí vi o amor que o piauiense tem pelo próprio Estado, fiquei surpreso. Teresina tem uma educação excelente, além de um polo de saúde incrível. O Estado tem belezas impressionantes. Da Serra da Capivara até o litoral. Além disso, fomos muito bem acolhidos.

JMN: E o que o Piauí Conectado representa para você?

ES: Quando conversamos com os usuários, eles relatam como isso tem contribuído para a transformação de muitos lugares. Cultura, saúde e educação. Morro Cabeça do Tempo, por exemplo, tem um ponto de internet na escola e no Batalhão de Polícia. Lá os professores fazem o plano de aula na escola, porque não têm internet em casa, mas tem no colégio. Até para registrar boletim de ocorrência. Por vezes, os registros eram feitos à mão e ficavam acumulando até a internet voltar. Nós estamos integrando as pessoas ao mundo, quando na verdade elas estavam isoladas.

JMN: O Piauí Conectado vai abranger todo o Estado. Isso é importante?

ES: Sim, para melhorar as notas no IDEB, dar mais empregabilidade através da educação. Contribuir para a vida das pessoas é gratificante. Os piauienses estão construindo esse projeto.

Fonte: Meio Norte

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