O Banco Central do Brasil divulgou um estudo sobre as pessoas que recebem o bolsa família e sua relação com os sites de apostas Bets (apostas on line). O Ministério de Desenvolvimento Social- MDS, responsável pela gestão do bolsa família, criou um gripo de estudo intersetorial para estudar soluções para o problema das apostas on line com o dinheiro oriundo do programa de transferências de renda.
O Banco Central revelou que apenas no mês de agosto de 2024 cinco milhões de beneficiários do Bolsa Família gastaram três bilhões de reais com apostas, via PIX, o que foi contestado pelas empresas do Bets.
Isso significa que cada cinco reais pagos pelo governo, um real foi direcionado para apostas, resultando em um lucro de mais de 20 bilhões de reais para as empresas.
Esse valor representa 21% do total repassado pelo governo federal às famílias beneficiárias do programa no mesmo período
O Bolsa família, no mês de agosto, pagou cerca de R$ 14,2 bilhões para os seus beneficiados com um valor médio de R$ 681.
Já outro estudo da LCA Consultoria Econômica feito a pedido do IBJR (Instituto Brasileiro do Jogo Responsável) afirma que os beneficiários do Bolsa Família gastaram até R$ 450 milhões em agosto com bets. O valor representa 3,2% do que foi pago pelo programa social no mês (R$ 14,1 bilhões). Os dados para o valor máximo estimado levam em conta GGR (Gross Gaming Revenue), a receita bruta sobre as apostas, de 15%. O levantamento se baseia em nota técnica do BC (Banco Central), que mostrou que as transferências Pix de beneficiários do Bolsa Família somaram R$ 3 bilhões só em agosto.
Um estudo divulgado pelo DataSenado levantou que em todo o Brasil, mais de 22 milhões de pessoas apostaram nas ‘bets’ nos últimos 30 dias. Já as pessoas que recebem bolsa família gastaram cerca de R$ 03 bilhões em transferência PIX somente no mês de agosto do ano em curso. Dos 20 milhões de benefícios do bolsa família, 25% fizeram apostas, um dado alarmante, uma vez que os recursos distribuídos tem como objetivo garantir a segurança alimentar das famílias carentes do nosso pais.
O vício nas chamadas “bets” é um problema crescente que atinge, em especial, as famílias mais vulneráveis, pois gera o vício, torna-se algo para se ganhar dinheiro sem se ter que trabalhar.
No Estado do Piauí , a pesquisa revelou que 13% dos piauienses acima de 16 anos gastaram em apostas esportivas, por meio de aplicativos de “bets” ou sites na internet. A estimativa aponta que 330 mil pessoas retiraram parte do orçamento para apostar na vitória de clubes esportivos. O levantamento mostra que o estado está acima da média nacional, que é de 12%, de pessoas que declararam que apostam em resultados esportivos.
Os Economistas manifestam preocupação com o impacto crescente das apostas esportivas e jogos de azar na vida de milhares de brasileiros. O vício em apostas, também conhecido como “bets”, tem levado muitos a comprometerem suas rendas, destruindo orçamentos familiares e colocando em risco a saúde financeira das pessoas. Estudos recentes apontam que 63% dos apostadores no Brasil já comprometeram parte de sua renda com apostas. Isso gera consequências dramáticas: 19% pararam de fazer compras essenciais no mercado e 11% deixaram de investir em saúde e medicamentos.
Na realidade algo precisa ser feito, Com este alerta do Banco Central sobre a apostas on line com os beneficiários do bolsa família, chega- se a conclusão que a maioria dos nossa juventude, sobretudo da periferia das grandes cidades, estão cada vez mais afundados em dívidas, mas o pior é termos aqueles cujos pais lhe dão seus salários, seus benefícios sociais e, acima de tudo, tiram suas perspectivas de futuro.
Valmir Martins Falcão Sobrinho
Economista e Advogado
Fonte: Conecta Piauí