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Fantástico mostra quadrilha do precatório presa pela polícia do PI

Delegado Matheus Zannata, Gerente de Polícia Especializada / Foto: Portal GP1

Os golpes foram aplicados em pelo menos 11 estados brasileiros. Os criminosos usavam os processos de pessoas que têm direito a receber os precatórios, que são dívidas pagas pelos estados em processos judiciais, para colocar o esquema criminoso em prática. Como os processos ficam disponíveis no site do Tribunal de Justiça, os bandidos aproveitam para cometer os crimes. Eles, segundo a polícia, contratavam empresas de bancos de dados, que negociam informações privadas legalmente, para fornecer endereço e telefone das pessoas e entravam em contato com as vítimas.

Em uma das ligações, o golpista se passou pelo presidente do Tribunal de Justiça do Piauí. Com a vítima ao telefone, ele disse que o dinheiro da pessoa estava disponível, mas tinha uma taxa a ser paga. Esse pagamento era realizado por depósito ou transferência bancária.

“Aqui é o Dr. Sebastião. O precatório da senhora se encontra na 3ª Vara do Trabalho de Teresina. O número do precatório eu mandei para a senhora verificar, tá certo? E pode ficar tranquila quanto ao nosso trabalho, que é totalmente verídico”, disse o bandido em uma ligação telefônica à vítima.

Por outro lado, a vítima chegou a dizer que tem medos de golpes, mas acabou cedendo.

“Quando ele falou esse nome, eu que trabalhei muito na área de enfermagem e conheci muitas pessoas, fiquei assim, esse nome não é estranho. Parece que eu conheço esse senhor”, disse à vítima em entrevista.

O presidente do Tribunal de Justiça do Piauí, desembargador Sebastião Ribeiro, disse que esse tipo de quadrilha é extremamente perigosa.

“Alguém que usa um telefone usando o nome de um presidente de Tribunal de Justiça ou outro desembargador, são pessoas altamente perigosas. Eu alerto a população de que o Tribunal de Justiça não telefona para nenhum credor”, disse o presidente do TJ-PI.

Em março, a Polícia Civil do Piauí, por meio da Gerência de Polícia Especializada, em parceria com a Polícia Civil do Ceará, prendeu treze pessoas na região metropolitana de Fortaleza suspeitas de envolvimento com os crimes. Uma das vítimas sofreu prejuízo de R$ 1.500,00. Parte da quadrilha estava em uma casa alugada, próximo à praia. No local não tinha muita coisa, apenas alimentos e produtos de limpeza. Segundo a polícia, os bandidos estavam de passagem pelo local, fazendo novas vítimas. Em um dos quartos, foram encontrados dois notebooks, celulares e central de internet, material usado para entrar em contato com as vítimas.

“Na fase 1, buscamos prender o braço financeiro dessa organização criminosa, ou seja, as pessoas que recebiam o dinheiro dos golpes”, disse o delegado Matheus Zannata, Gerente de Polícia Especializada.

Fonte: Portal Douglas Cordeiro
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