Fazendeiros escavam valas gigantes para barrar javalis: técnica simples, mas extrema, já protege plantações em várias regiões do Brasil
Produtores rurais de diversas regiões do Brasil passaram a adotar valas profundas ao redor de plantações como forma de barrar o avanço de javalis e javaporcos. A técnica, que exige maquinário pesado e planejamento, tem se mostrado eficaz no combate aos prejuízos recorrentes causados por esses animais silvestres.

Com a intensificação dos ataques de javalis nas áreas rurais, agricultores estão recorrendo a soluções físicas que dispensam manutenção ou tecnologia. A escavação de valas profundas ao redor de plantações tornou-se uma alternativa viável para conter a invasão desses animais. Em algumas propriedades, vídeos registram bandos inteiros sendo retidos ou caindo nos buracos.
Espécies como javalis, javaporcos, catetos e queixadas avançam principalmente em áreas próximas a matas, destruindo plantações de milho, soja, feijão, mandioca e cana-de-açúcar. Esses animais andam em grupos numerosos, pisoteiam os cultivos e transmitem doenças, gerando prejuízos que podem ultrapassar milhares de reais em uma única noite.
As valas, com profundidade média entre 1 metro e 1,5 metro, formam barreiras naturais que os animais não conseguem transpor com facilidade. Mesmo que caiam, muitos não conseguem sair. Ao contrário de cercas, que podem ser rompidas, a vala não depende de energia elétrica ou monitoramento, funcionando de forma contínua e silenciosa.
Vantagens, desafios e expansão da técnica pelo país
Expansão da técnica entre produtores
Vídeos e relatos divulgados em redes sociais mostram diversos produtores adotando o método. Em alguns casos, grades metálicas são acopladas às valas para reforçar a contenção. A técnica já se espalha em estados como São Paulo, Minas Gerais e Paraná, especialmente em regiões de lavoura próximas a reservas de mata nativa.
Custos e dificuldades na execução
Apesar da eficácia, escavar quilômetros de valas em propriedades médias ou grandes exige investimento elevado. Em terrenos duros ou com desnível, os custos por metro linear sobem significativamente. Além disso, a construção demanda operadores capacitados, combustível, tempo e um bom planejamento logístico.
Manutenção e riscos
As valas podem acumular água e sofrer assoreamento em épocas de chuva intensa. Também há riscos operacionais: funcionários e veículos agrícolas precisam redobrar a atenção para não sofrer acidentes. Em terrenos com múltiplos acessos, é necessário criar passagens elevadas, o que eleva ainda mais o custo total da obra.
Ameaças continuam e produtores buscam soluções duradouras
Além dos javalis, capivaras também são vistas como pragas em determinadas regiões. Territorialistas e vorazes, esses roedores permanecem nas lavouras enquanto houver alimento, prejudicando especialmente cultivos em estágio inicial. A presença deles também favorece o surgimento de plantas daninhas e outras pragas secundárias.
Embora não seja regulamentada como técnica oficial de manejo, a escavação de valetas tem se mostrado eficiente na prática, segundo relatos de campo. A alternativa surge como um recurso emergencial frente à escassez de políticas públicas eficazes para o controle da fauna invasora.
A informação foi divulgada por produtores em vídeos e reportagens compiladas pelo canal “Fatos Rurais” e outras plataformas voltadas ao meio agro.
E você, acha que essa técnica das valas é a solução ideal para conter os javalis nas plantações ou acredita que o problema exige ações mais estruturais por parte do governo?
Fonte: Click Petróleo e Gás