O que é peniafobia e por que está aumentando entre os jovens?

Uma condição silenciosa tem afetado um número crescente de jovens: trata-se da peniafobia — o medo intenso de ficar pobre —, um transtorno ainda pouco conhecido pela maioria das pessoas. Esse temor vem se espalhando especialmente entre adolescentes e jovens adultos. Entenda as origens desse problema e os principais desafios envolvidos.

Uma geração sob pressão constante

A peniafobia, medo intenso de ficar pobre, é uma ansiedade real que tem afetado cada vez mais jovens, especialmente após a pandemia de Covid-19. Antes pouco discutida, agora ganha atenção por seus efeitos visíveis, como estresse crônico, insônia e distúrbios alimentares. O fenômeno está ligado a experiências de instabilidade econômica vividas por essa geração, como perda de empregos, dificuldades financeiras e insegurança alimentar.

A pressão também é psicológica, cultural, alimentada por discursos dominantes sobre sucesso, fracasso e desempenho. “É essa corrida pelo sucesso que determina tudo. Como se o fato de não poderem ser os primeiros colocasse toda a sua vida em questão”, explicou recentemente a psiquiatra infantil Marie-Rose Moro em La Croix.

O papel indutor de ansiedade das redes sociais

As redes sociais têm um papel significativo na intensificação dessa ansiedade. Plataformas como Instagram, TikTok e Snapchat costumam exibir conteúdos que mostram vidas idealizadas — viagens de luxo, roupas caras, apartamentos perfeitos e carreiras de sucesso — criando um padrão de vida que parece inatingível para muitos. Essa exposição constante pode gerar sentimentos de frustração, inadequação e medo de estar ficando para trás.

Para alguns jovens, isso se transforma em uma pressão intensa para atingir rapidamente um certo padrão de conforto financeiro, alimentando a peniafobia. A comparação contínua, somada à incerteza sobre o futuro, contribui para um cenário propício ao sofrimento psicológico.

Sintomas variados e incapacitantes

Em muitos casos, a peniafobia se manifesta por meio de comportamentos diários: jovens que evitam qualquer gasto, vivem com extrema economia, recusam convites sociais ou abandonam projetos por medo de comprometer sua segurança financeira.

Em situações mais severas, esse medo se torna uma obsessão, com pensamentos repetitivos, crises de ansiedade e sintomas físicos como dores de cabeça, cansaço constante e palpitações. A sensação de urgência e insegurança constante dificulta qualquer planejamento sereno para o futuro.

Fonte: Meio News