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Enquete para eleger ‘vereador mais feio’ viraliza nas redes sociais e vira caso de polícia 

O vereador Benedito Aurélio (no alto, à esquerda) e o presidente da Câmara de Poconé, Itamar Lourenço (no alto, à direita) Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Uma enquete publicada nas redes sociais para indicar qual seria “o vereador mais feio” gerou polêmica, irritou parlamentares e agora será investigada pela polícia da pequena cidade de Poconé, em Mato Grosso.

O que se sabe:

Um perfil no Instagram criou uma enquete com a pergunta “Qual o vereador mais feio de Poconé?”

Os internautas podiam escolher entre os seis “mais feios”. A Câmara da cidade, com pouco mais de 33 mil habitantes, possui sete vereadores e cinco vereadoras.

O vereador Benedito Aurélio (PP) foi apontado pela votação como o vencedor, com 50% dos votos.

A possibilidade de prática de racismo por parte de quem idealizou a enquete foi levantada pelo presidente da Casa, Itamar Lourenço, que chegou a liderar a pesquisa. Tanto Lourenço quanto Aurélio são negros.

Ele acredita que alguém mal-intencionado, pertencente a “grupos políticos que atuam na região”, teria sido o responsável pela postagem.

Um boletim de ocorrência foi registrado na delegacia de polícia de Poconé por Lourenço, como crime de difamação.

Segundo o documento, o suspeito, ainda não identificado, agiria “em quadrilha”. O caso está em investigação.

Brincadeira de mau gosto

O vereador diz ter se sentido mal com o post, mas que espera que o caso seja investigado e os responsáveis, identificados e punidos.

“Uma brincadeira de mau gosto, que se caracteriza como crime. Infelizmente no século 21, nós, que pertencemos à raça negra, ainda temos que nos deparar com esse comportamento de racismo, de preconceito”, afirmou o vereador ao UOL. “Agora está nas mãos da Justiça dos homens e da Justiça divina”.

Terceiro vereador mais votado pelo PL, o vereador Benedito Aurélio afirmou que ficou sem entender as motivações por trás da enquete. 

“Podem me dizer que sou o mais feio, mas também sou o que vivo mais ao lado do povo”, declarou. Ele afirmou também que sua família ficou muito magoada com a pesquisa, mas que recebeu muitas mensagens de apoio: “Me dizem para levar para o lado positivo”. Aurélio diz que concorda com o posicionamento do presidente da Câmara, de que a postagem pode configurar algum tipo de retaliação política. Mas, segundo ele, é muito cedo para se ter certeza.

A Câmara de Poconé publicou uma nota de repúdio nas redes sociais, criticando os “ataques racistas” sofridos pelos vereadores.

A Casa classifica o ocorrido como uma “atitude vergonhosa, preconceituosa e criminosa” e oferece apoio aos vereadores e suas famílias.

“Que as providências cabíveis sejam tomadas. Ressaltamos que o respeito e a igualdade são bases para uma sociedade civilizada, ética e justa”, diz o comunicado.

Fonte: UOL

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