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Sarampo: surto pode estar próximo do Piauí

O Brasil pode viver um surto de sarampo em breve, inclusive o Piauí. São Paulo já confirmou duas pessoas com a doença, enquanto que por aqui já existem dois casos suspeitos. Uma criança de dois anos e um adulto, naturais de São Miguel do Tapuio, estão sendo monitorados.

Em 2019, o Piauí confirmou três casos da doença, enquanto que São Paulo registrou mais de 18 mil pessoas com sarampo. Um novo surto pode acontecer em razão da baixa cobertura vacinal.

A baixa cobertura tem resultado em casos pelo país - Arquivo Meio Norte
A baixa cobertura tem resultado em casos pelo país – Arquivo Meio Norte

Gotículas de saliva

Assim como a Covid-19, o sarampo é transmitido através de aerossóis, que são pequenas gotículas de saliva recheadas de vírus que podem ser dissipados pela fala, espirro ou tosse. Uma pessoa doente pode infectar até 18 pessoas, segundo as autoridades de saúde.

Muito virulenta, o sarampo é de alto contágio. É o que explica o médico infectologista Kelsen Eulálio.

“O sarampo necessita de coberturas de vacina altas e homogêneas. O Brasil não conseguiu isso nos últimos anos, e como resultado, houve a ocorrência do surto e estamos em risco novamente”, afirma.

O sarampo se manifesta, principalmente, pela ocorrência de febre alta, tosse, coriza e olhos vermelhos. “O que caracteriza o sarampo é o aparecimento de manchas vermelhas no corpo, que começam na face, e até o segundo e terceiro dia, se espalham por todo o corpo”, acrescenta o médico.

Cobertura vacinal tem sido baixa - Arquivo Meio Norte
Cobertura vacinal tem sido baixa – Arquivo Meio Norte

Sarampo pode matar

Para Amparo Salmito, gerente de epidemiologia da FMS, o risco de um surto pode estar relacionado à chegada de estrangeiros e ao baixo índice de cobertura vacinal.

“A OMS parabenizou o Brasil e os países da América Latina por conta do fim do sarampo. Mas isso não quer dizer que é o fim da doença. Nem todo mundo se vacina ou é vacinado contra sarampo. Em alguns estados e no exterior estão surgindo novos casos. Então, caso chegue um estrangeiro, há, sim, o risco de surto aqui”, aponta.

É importante ficar atento aos sintomas da doença - reprodução internet
É importante ficar atento aos sintomas da doença – reprodução internet

Vigilância

Para conter o risco, a FMS tem trabalhado em um sistema de vigilância.

“Toda vez que temos um paciente com sinais de sarampo, como febre, tosse, coriza, conjuntivite e exantema, fazemos um teste sorológico de resultado rápido. Em menos de um dia a gente confirma o diagnóstico. Caso isso aconteça, nós fazemos uma vacinação de bloqueio. Seja numa rua, num bairro ou em um município inteiro. Mas não tivemos casos positivos”, ressalta a médica.

Salmito destaca que a doença deve ser tratada com seriedade. “O sarampo é uma doença grave, que mata e é muito contagiosa, porque se transmite pela tosse e o espirro. Temos unidades sentinelas. Sempre que há suspeita, há a comunicação 24h para tomarmos medidas imediatas”, conclui.

reprodução internet
reprodução internet

Esquema vacinal exige duas doses

Ministério da Saúde preconiza um esquema vacinal que prevê duas doses para a proteção contra ao sarampo. A primeira, que deve ser tomada já nos 12 meses de vida, é a tríplice viral, ou SCR, que protege, além do sarampo, contra a caxumba e rubéola. A segunda dose é aos 15 meses com a tetra viral, ou SCRV, que é reforço para as três doenças, além de proteger contra a varicela.

A vacina que é eficaz, segura e utilizada há décadas para proteger crianças em todo mundo está desacreditada. A cobertura vacinal em Teresina está em 40% em 2022, contra 70% registrado até o final de 2021.

Crianças tomam vacina do sarampo em prevenção a doença- José Alves Filho
Crianças tomam vacina do sarampo em prevenção a doença- José Alves Filho

Primeira Infância

De acordo com informações da Fundação Municipal de Saúde (FMS), é necessário que todas as pessoas completem o esquema vacinal para evitar a proliferação de doenças, inclusive, aqueles que não se vacinaram na primeira infância.

Para isso é necessário buscar as Unidades Básicas de Saúde (UBS) para atualizar a carteira de vacinação, que vai muito além das vacinas de Covid-19 e gripe, por exemplo.

Amariles Borba diz que cobertura vacinal não está adequada - reprodução
Amariles Borba diz que cobertura vacinal não está adequada – reprodução

Cobertura vacinal

A médica Amariles Borba, uma ferrenha defensora das vacinas, explica que “o correto seria 95% de cobertura vacinal homogênea para todas as vacinas. “A cobertura vacinal não está adequada”, aponta. Amariles ressalta que as vacinas salvam vidas.

“A poliomielite está erradicada. Não temos casos desde a década de 70. No Brasil, faz tempo que não tem também. Rubéola também não temos notificações. A caxumba ainda ocorre como ocorre no mundo inteiro. Agora temos o risco do sarampo”, finaliza.

Fonte: Por Lucrécio Arrais/Meio Norte

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