Teresina: Aprovação de Rafael (79,84%) é maior que a de Lula (78,41%)
aprovação do presidente Lula no estado mais lulista do Brasil é de 78,41% nas respostas válidas
O governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT) é aprovado por 79,84% dos teresinenses, indica resultado de pesquisa do Instituto DATAMA (X) publicada na sexta-feira (14/04). A aprovação do presidente Lula no estado mais lulista do Brasil é de 78,41% nas respostas válidas.
A pesquisa contou com 891 entrevistas, distribuídas nas Zonas Urbana (nas Zonas: Norte, Sul, Leste e Sudeste), e Rural de Teresina, pôr cotas de sexo, idade, grau de instrução e renda em relação ao eleitorado do município, com margem de erro de 3,28% e nível de confiança de 95%. O questionário foi realizado entre os dias 27 e 30 de março de 2023 e tem como marco os 100 primeiros dias da gestão estadual e federal.
Quando questionado “Na sua opinião, até o momento o(a) Sr(a) Aprova ou Não aprova a administração do Governador do Estado do Piauí / Rafael Fonteles?”. 70,26% afirmaram que aprovam, 17,73 não aprovam e 12,01 não souberam ou não opinaram. Veja o gráfico:
Quando questionado “Na sua opinião, até o momento o(a) Sr(a) Aprova ou Não aprova a administração do Governo do Presidente da República / Lula?”. 75,42 aprovam, 20,76 não aprovam e 3,82 não souberam ou não opinaram. Veja o gráfico:
Em um comparativo levando em consideração apenas os votos válidos, sem considerar os que não opinam ou não sabem, Rafael aparece com 79,84% a frente do presente Lula com 78,41% de aprovação em Teresina, capital do Piauí. Fonteles em 100 dias de governo conseguiu ultrapassar a popularidade do seu mentor Lula no estado mais petista do Brasil. Veja o gráfico:
Abaixo você terá acesso a um trecho da revista 180graus Edição Especial Eleições 2022, que trata sobre a força que levou Lula a vencer em todos os municípios piauienses. Bem como Rafael que se elegeu ainda no primeiro turno com o apoio do atual presidente e fez campanha durante o segundo turno para o petista.
Lulismo no Piauí
O ano era 1980 quando um sindicalista barbudo começou suas primeiras viagens ao Piauí. Era Lula nos primeiros passos da longa caminhada que o levou a se tornar a maior liderança política do Brasil neste século, inclusive com reconhecimento em todo o globo.
Que outro presidente da República pode chegar a Altos ou Campo Maior, por exemplo, e conhecer pelo nome vários companheiros de jornada? Essa intimidade de Lula com o povo deve se repetir em muitas cidades dos outros estados da federação. Aquele 1980 foi o ano da fundação do Partido dos Trabalhadores que 22 anos depois o levaria ao Palácio do Planalto para receber a faixa de presidente das mãos de Fernando Henrique Cardoso.
Lá do Planalto Central, em seu primeiro discurso, Lula falou do seu maior objetivo como presidente: que todos os brasileiros teriam o direito de tomar café da manhã, almoçar e jantar. De lá olhou para o Piauí, mirando Guaribas. Lula quis pegar como exemplo, este município até então abandonado à própria sorte e ali expor para o resto do País e para o mundo o quanto os mais pobres do Brasil precisavam da atenção e ação do Governo Federal.
A visita e a promessa certamente surpreenderam muita gente. A realidade e as imagens da cidade também. Guaribas, quase que completamente isolada do mundo e os demais municípios do Piauí passaram a receber ações do Governo Federal a partir do programa Fome Zero.
Óbvio que os programas das cisternas, o Luz Para Todos, o Bolsa Família, o apoio à agricultura familiar, dentre outros, fizeram toda a diferença na vida da população de Guaribas e tantos outros municípios do Piauí. Junto à ação do governo federal, some-se a parceria com os governos estaduais do Partido dos Trabalhadores, com Wellington Dias à frente.
Esse exemplo de Guaribas é, portanto, um reflexo do que que aconteceu nos demais municípios do Estado. O piauiense viu chegar perto de si o braço do poder público para resolver questões básicas da vida humana, como poder fazer as três refeições diariamente.
Pode ser que alguém que esteja lendo esse texto não se dê conta do que isso, de fato, representa para uma família pobre. Não ter acesso à agua, a escola, a uma unidade de saúde, a energia elétrica… Lula já viveu essa realidade dura e sobreviveu. Retirante nordestino, jamais esqueceu as dificuldades por que passou ainda criança.
Claro que, não necessariamente, um presidente precisa ter passado fome para agir e ajudar a diminuir essa miséria humana. Vale lembrar que outros tiveram a chance e o dever de fazê-lo, mas não foram tão sensíveis como foi Lula, que insistiu em “colocar o pobre no orçamento”, como ele mesmo gosta de afirmar.
Hoje, Guaribas e os outros 223 municípios do interior possuem ensino médio e acesso por estrada asfaltada. Situação garantida a poucas cidades, quando Lula e Wellington assumiram seus primeiros mandatos em 2002. Para os jovens, escola diminui a distância de uma melhor colocação no mercado de trabalho e estrada diminui quase todas as outras “distâncias”, fora a energia elétrica que permite pessoa tomar um copo de água gelada numa terra tão quente como a nossa.
Importante lembrar que grande parte dos programas sociais dos governos do PT foram desativados ou bastante reduzidos na gestão de Bolsonaro, trazendo milhões de volta ao mapa da fome. Este fato certamente é motivo da alta rejeição do presidente entre os mais pobres que se ressentem da falta de apoio do Governo Federal enfrentando as mesmas dificuldades de tempos não muito distantes.
Diante destas informações superficialmente aqui apresentadas, fica fácil compreender a votação esmagadora em Guaribas, onde Lula obteve 93,86% dos votos no segundo turno desta eleição para presidente, já no Piauí a votação expressiva chegou a 76,86% dos votos.
A história política de Lula se mistura com essa evolução do Piauí. O universo de miséria que Lula viu em Guaribas e pelo interior deste imenso Brasil, tem essa identificação com o presidente retirante.
Sendo um dos maiores produtores de alimentos do planeta, o Brasil não pode manter dezenas de milhões de família amargando a falta de tudo e vivendo na extrema pobreza. Enxergar isso e compreender que esse quadro não pode ser considerado normal e trabalhar para muda-lo é que fez de Lula a pessoa respeitada e o presidente preferido dos piauienses.
Após ter passado oito anos fora do governo e quase dois anos destes na prisão, Lula faz um movimento quase inacreditável ao ser inocentado em 26 processos judiciais, se candidatar a presidente, formar uma ampla frente, inclusive atraindo antigos adversários como Geraldo Alkmin no primeiro turno e trazendo opositores como a senadora Simone Tebet, candidata a presidente no primeiro turno, sua ex-ministra Marina Silva, eleita deputada federal, dentre tantos outros, para garantir a vitória no segundo turno.
Depois de ter elevado a qualidade de vida do povo com seus dois mandatos anteriores e enfrentado o que enfrentou depois, Lula volta disposto a trazer de volta ao orçamento do governo as massas populares. Tentará evitar as armadilhas da política para, com todo a sua experiência, fazer mais e melhor.
Toda essa história torna difícil a vida de seus concorrentes de agora e no futuro, mesmo ele fora do poder. A tendência é que o Lula seja ainda por muito tempo o melhor presidente para os brasileiros e especialmente para os piauienses.
Fonte: Pensar Piauí via 180graus