Aos 15 anos, adolescente de São Julião lança seu 1º livro de poesias 

Na manhã desta segunda-feira, 25 de julho, às 10h, na quadra da U. E. Aprígio Pereira Bezerra, na cidade de São Julião, oficialmente, nasceu para a  sociedade, a pessoa mais jovem a lançar um livro, no município. O autor do ineditismo foi o estudante do 1º ano do ensino médio, Francisco Evandro de Sá, de apenas 15 anos.

Cercado de familiares, apoiadores e amigos, Evandro Sá lançou, no formato e-book, o Poesias a Céu Aberto. O livro conta com 22 poemas produzidos durante a sua infância e adolescência e referem-se a temáticas contemporâneas, como a necessidade de preservação do meio ambiente, o significado da leitura e da cultura, além de apontamentos de cunho filosófico.

Em sua fala, Evandro Sá destacou a importância da leitura para a elaboração do conhecimento e para a construção do ser humano.

“A juventude tem que acordar para a leitura e para a produção escrita. Estes foram alguns dos meus fundamentos que pesaram na decisão de lançar esta obra que há tempos estava guardada”, pontua o adolescente escritor.

Presente no evento, o historiador, escritor, acadêmico da Academia de Letras do Vale do Riachão – ALVAR, e mestrando em Antropologia pela Universidade de São Paulo (USP), professor Rômulo Rossi Leal Carvalho, falou para o jovem poeta das dificuldades que é lançar um livro em nosso país.

Rômulo Rossy enfatizou sobre a importância da escrita de Evandro para o nosso presente e caracterizou o evento como um ato de resistência. Rômulo também falou sobre a necessidade de escrevermos algo sobre o municipio de São Julião, especialmente sobre a ótica daqueles que não têm voz, como, por exemplo, os caeiristas, comunidade que habitava e trabalhava na produção do calcário, na zona das caeiras, nos arredores da cidade.

Já para o professor e cronista, Francisco de Assis Sousa, presidente da Academia de Letras da Região de Picos – ALERP, após parabenizar o autor, falou que o lançamento de um livro é sempre uma quebra de paradigmas, é, sobretudo, um ato de coragem, de amor a poesia, a liberdade e a vida.

Fixando o olhar para o jovem poeta, disse que os grandes feitos que mapeiam até hoje as nossas vidas surgiram assim, com a presença de poucas pessoas, porém, foram estas poucas pessoas que semearam as ideias veiculadas em um momento como este e se tornaram significativas. Para exemplificar, citou a Revolução Francesa, a Inconfidência Mineira e a Semana de Arte Moderna.

Para Maria da Glória Filha, diretora da Escola Aprígio Pereira Bezerra, onde Evandro Sá estuda e que sediou o evento, o lançamento de um livro por um jovem de 15 anos é motivo de muita alegria e de orgulho para a escola e para toda a cidade.

A professora endossou ainda a fala do professor e escritor, Rômulo Rossi, sobre a necessidade de escrever sobre o nosso município, especialmente, sobre a história da escola e concluiu lembrando a todos sobre os eventos culturais promovidos pelo Aprígio Pereira Bezerra, no decorrer dos anos.

Sobre o corpo do Poesias a Ceu Aberto, leia o poema título e mais um outro como aperitivo.

Poesias a céu aberto

Minha arte em forma de poema,
Cada um com seu título, seu tema.
Venha mergulhar nessa beleza!
É legal, tenha certeza!

Apesar de simples e tal,
Tento fazer algo legal,
Escrevo em linhas curvas,
Porém, sem poesias turvas.

Aqui expresso minha opinião,
Através da arte de minha região!
É simples mas vem do coração,
É algo belo na minha percepção.

Reflexão

O que é a vida?
Como será nossa partida?
Perguntas complexas,
Que dificilmente obteremos,
Uma resposta concreta.

A vida é um palco enorme,
Que a gente a deve atuar conforme,
É um teatro que um dia encerra,
Que fecha às cortinas e some da terra.

A vida é uma estrada,
Que, em certo tempo acabará,
Por isso devemos aproveitar
Pois um dia ela vai terminar.

Aproveitemos a paisagem,
Nessa nossa pequena passagem!
A vida efêmera é linda,
Mas um dia ela finda.

Curta cada momento,
Pois ela dura pouco tempo,
Apesar dessa efêmera natureza,
Viva direito e veja,
Que tudo é uma beleza.

Veja mais fotos!

Fonte: Blog do Prof Francisco de Assis Sousa/Portal Verdes Campos