Carnaúba, palmeira do Piauí, serve até para chip de computador; veja!
Da carnaúba tudo se aproveita. Até a sombra. Sem sombra de dúvidas. Ela está no Brasão do Estado, o selo oficial do Piauí presente em todos os atos, placas de inauguração e documentos.
A carnaúba é um ícone e um totem. De longe parece um catavento. Sua madeira de fibra ainda hoje sustenta os casarões e currais centenários dos tempos coloniais, sobreviventes do tempo e do descaso com a história. Fiquemos atentos porque ninguém projeta o futuro tendo apenas o presente em suas memórias.
Seja pela ecologia ou economia, a carnaúba está ligada ao melhor do Piauí. É um dos símbolos de nossa identidade. A cera da carnaúba tem uma tradição histórica de representar a melhor posição entre os primeiros lugares na lista dos itens do extrativismo de exportação. Por Lei é proibido cortar um pé de carnaúba. Ainda assim, é uma árvore regularmente tombada.
A companhia de navegação do rio Parnaíba tinha como sócio-proprietário e diretor o empresário maranhense José Mentor Guilherme de Mello. Por volta de 1914, quando se deflagrou a Primeira Guerra Mundial, suas exportações de cera de carnaúba, sementes de babaçu e algodão contribuíram para que o Estado do Piauí alcançasse a posição de sétima economia entre os estados brasileiros.
Presença nos CHIPS
A cera é extraída das folhas. Na planta, serve naturalmente para impedir a transpiração, a perda de água durante a temporada de Verão. É tão versátil que já entrou até nos chips de computador, funcionando como eficiente isolante elétrico. Mas tem mais. Para o polimento, as qualidades da cera são incomparáveis. A cera é também usada na fabricação de lubrificantes e cosméticos.
Com a produção quase toda exportada, o Brasil é o único produtor mundial. Ao lado do ouro, era carga preciosa que portugueses levavam do Brasil no século 18 a bordo das caravelas. Naquela época, a cera era também usada na produção das velas que iluminavam as casas da nobreza européia. Isto é Incrível.
Fonte: Meio Norte