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Casal gay de Picos aposta na fertilização artificial para realizar sonho da maternidade

Casal gay de Picos aposta na fertilização artificial para realizar sonho da maternidade

Dando continuidade às matérias especiais em homenagem aos Dia das Mães, o G1 traz neste domingo (14) a história da estudante e empresária Daniely Feitosa e da vigilante particular Gabriela Santos, que estão juntas há três anos e decidiram fazer uma inseminação artificial para juntas realizar o sonho da maternidade. As duas moram em Picos, Sul do Piauí, e agora curtem o quarto mês de gestação.

O caminho até realizar o sonho de engravidar, não foi fácil para Daniely. Quando tinha apenas 10 anos, ela descobriu que tinha um problema hormonal e o médico diagnosticou que a menina tinha a síndrome dos ovários policísticos. Mesmo tão novinha, Daniely iniciou um tratamento e o médico chegou a alertar que isso poderia deixa-la infértil.

“Para mim era tudo novo, eu era apenas uma criança e meu médico foi me explicando tudo, mesmo muito nova fui buscar saber sobre o assunto e foi ai que comecei me apaixonar pela a área da saúde e pela a reprodução humana, fiquei encantada como a gravidez ocorre e cada passo dela”, contou.

Ainda aos 15 anos, a jovem começou a pensar e sonhar em ser mãe. Foi quando ela conheceu Gabriela e a paixão aconteceu. “Logo contei a ela o meu desejo de ser mãe. Ela me falou que também tinha o mesmo sonho, mas que preferia adotar e não gerar”, disse.

Daniely conta que apesar do que a companheira queria, ela gostaria de gerar um filho, de passar por todos os momentos que uma grávida passa e trazer ao mundo uma criança que fosse das duas.

“Comecei então a pesquisar sobre como os casais homoafetivos realizavam esse desejo e descobri milhares de casais que fizeram inseminação artificial ou fertilização in vitro. Fui mais a fundo na pesquisa e me informei que existem clínicas no Brasil que fazem o procedimento para casais de baixa renda, no caso a gente teria que se inscrever e ficar na lista de espera”, falou.

O casal fez então inscrições em algumas clínicas de São Paulo, onde teve um contato maior com diversos grupos de WhatsApp e as duas jovens puderam contar com a ajuda de outras mulheres que tinham o mesmo sonho que elas.

“Mandei toda documentação via sedex, até que um dia me colocaram em um grupo e me passaram diversas informações das diversas clínicas que tem em Teresina e que ajudam mulheres que querem ter filhos”, contou.

De acordo com Daniely, logo na primeira consulta o desejo de ser mãe só aumentou. “Estávamos economizando para fazer a Fertilização In Vitro (FIV), mas como o procedimento era mais caro, optamos pela a inseminação artificial”, disse.

Para que o custo diminuísse, a jovem se escreveu como doadora de óvulos. “Óvulos não podem ser comprados, então aproveitei essa oportunidades para realizar o meu sonho e o sonho de outras mães também. Os óvulos são retirados e passados pra receptora de forma anônima”, disse.

A empresária conta que teve a chance de escolher as características do doador de sémen e que logo na primeira tentativa deu tudo certo. “Escolhi todas as caraterísticas de Gabriela, mesma altura, mesmo tipo sanguíneo, mesma cor dos olhos e dos cabelos. Agora estamos à espera do nosso milagrezinho”, falou.

As novas mamães ainda não sabem o sexo do bebê, mas já decidiram o nome. “Fizemos a ultrassom mais não mostrou ainda. Se for menina será Pétala e se for menino será Pierre”, conta a empresária.

Daniely conta que tanto ela quanto Gabriela entendem que ainda existe muito preconceito, mas que acredita juntas elas podem dar o que uma criança mais precisa: amor e uma boa educação.

“Deus é amor, por que ele me crucificaria por amar? Minha religião fala de amor entre almas. Você acha mesmo que escolhemos nos apaixonar pelo o mesmo sexo? Mesmo sabendo as dificuldades e o preconceito? Eu nunca imaginei sentir um amor de verdade como sinto pela Gabriela. O que sinto é um amor de alma, de outras vidas”, contou.

Daniely destaca a importância do companheirismo da esposa. “Ela me acompanhou em tudo, estava presente em cada momento. É uma mãezona mega protetora. Muito inteligente. Me ajuda cada dia mais e mais em tudo, inclusive na gestação que é um período nada fácil, se tivéssemos feito a FIV, era um óvulo dela que eu queria gerar, quem sabe daqui a uns 10 anos?”, finaliza.

G1

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