Quanto ganha um padre? Descubra quem paga o salário dele
Padres e bispos católicos constituem uma carreira que sempre despertou bastante curiosidade, seja pela maneira como devem se preparar.

Os padres e bispos católicos constituem uma carreira que sempre desperta bastante curiosidade, seja por causa da maneira como eles devem se preparar para exercer a profissão ou até mesmo se recebem um salário para isso e quem paga esse sálario.
Vamos primeiro entender como funciona o exercício de autoridade da Igreja Católica Romana, que é liderada pelo papa Francisco. Felipe Zangari, teólogo católico e mestre em ciências da religião, explica que os fiéis católicos são divididos em duas categorias: a primeira delas é composta pelos fiéis leigos, e a segunda é formada pelos fiéis clérigos —estes, membros do clero.
“Para participar desse grupo é necessário ser homem e receber o sacramento da ordem de serviço, que é dividido em três graus”, disse Felipe Zangari.
O primeiro grau é o do diaconato, seja ele permanente ou transitório. No primeiro caso quem recebe esse sacramento, em sua maioria, são homens casados. Ou seja, esse diácono não se tornará padre, a menos que fique viúvo e receba autorização do seu bispo. Já o diaconato transitório é composto por aqueles que estão se preparando e desejam se tornar padres, no rito romano. Nesse caso, apenas homens solteiros estão aptos —a Igreja Católica Romana não ordena mulheres.
O segundo nível é o do presbiterado, ou seja, quando o diácono transitório é ordenado padre. O terceiro grau do sacramento da ordem é o do episcopado, destinado para padres que se tornarão bispos.
Zangari conta que, em em todos esses casos, apenas o bispo está autorizado para ordenar essas pessoas ao ministério: “É um bispo que vai ordenar um diácono, é um bispo que vai ordenar um padre e são três bispos, com a autorização do papa, que vão ordenar um novo bispo”.
Desse modo, o clero da igreja é formado por diáconos (permanentes e transitórios), padres e bispos. Contudo, há ainda uma distinção entre os membros do clero, sendo compostos por dois grupos: o regular e o secular.
Sim, padres recebem um pagamento pelo seu trabalho. A remuneração é chamada de “côngrua” (termo do latim que significa “adequado” ou “conveniente”) e pode variar significativamente conforme a localização geográfica, tamanho da paróquia e das políticas específicas da igreja ou diocese onde estão filiados.
Zangari conta que em algumas igrejas, por exemplo, os padres podem receber um salário regular, além de benefícios e moradia fornecidos pela própria igreja ou pela diocese. Em outras situações, os padres podem depender principalmente de doações da comunidade para a manutenção do seu sustento. Aqui, é importante explicar que o voto de pobreza é uma prática em algumas ordens religiosas.
Ou seja, o salário de um padre ou bispo vai ser determinado pela realidade financeira da igreja e da diocese na qual ele está filiado. Na arquidiocese de Campinas (SP), a remuneração, de acordo com Zangari, pode variar de três a seis salários mínimos. Já sobre os vencimentos dos bispos, o valor tende a ser um pouco maior.
Segundo dados oficiais do CAGED, o salário médio de um padre no Brasil é de R$ 2.476,27, para uma jornada de 39 horas semanais de trabalho. Em geral, a faixa salarial de um padre pode variar entre R$ 1.961 e R$ 6.450,76, que é o teto salarial.
Veja agora a média salarial de um padre em alguns estados brasileiros, no ano de 2022:
- Amazonas: R$ 2.496
- Bahia: R$ 2.750
- Ceará: R$ 3.030
- Distrito Federal: R$ 2.880
- Goiás: R$ 1.171
- Mato Grosso do Sul: R$ 1.660
- Minas Gerais: R$ 2.660
- Pará: R$ 2.084
- Paraná: R$ 2.183
- Pernambuco: R$ 1.926
- Piauí: R$ 2.311
- Rio de Janeiro: R$ 2.374
- Rio Grande do Sul: R$ 2.802
- Santa Catarina: R$ 1.937
- São Paulo: R$ 3.361
Fonte: Meio Norte