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Aquecimento de Teresina é duas vezes mais rápido que a média global; projeto quer reverter efeitos climáticos

Programa vai investir R$ 17 milhões em obras para minimizar os efeitos do aquecimento da capital.

Dados colhidos pela Nasa indicam que Teresina tem aquecido duas vezes mais rápido que o resto do mundo. — Foto: Gilcilene Araújo/G1
Dados colhidos pela Nasa indicam que Teresina tem aquecido duas vezes mais rápido que o resto do mundo. — Foto: Gilcilene Araújo/G1

A temperatura aumenta a uma velocidade duas vezes mais rápida se comparada à média global (de 1,1°C em), de acordo com mapas que analisam o aumento de temperatura superficial média no último século (NASA, 2022).

Aliado a essas condições, o desenvolvimento da cidade, com a verticalização, expansão do território urbano e a impermeabilização do solo, tem contribuído para o aumento da temperatura e da sensação térmica, criando ilhas de calor em determinados pontos.

O Viver+Teresina propõe iniciativas que busquem, por exemplo, a diminuição de pontos de calor. Eles estão sendo mapeados e a equipe técnica está desenvolvendo intervenções que busquem a queda das temperaturas.

Além de novos parques, aumentando a cobertura vegetal, alguns equipamentos públicos deverão ser reformulados, como os mercados públicos.

Esses locais concentram grande número de pessoas principalmente aos fins de semana e deverão ter sua estrutura repensada para que sejam pontos em que a temperatura seja mais amena, propício ao caminhar dos frequentadores, e com melhor organização do seu funcionamento.

Imagem aérea do Centro de Teresina, Piauí, em 16 de agosto de 2021 — Foto: Magno Bonfim/ TV Clube
Imagem aérea do Centro de Teresina, Piauí, em 16 de agosto de 2021 — Foto: Magno Bonfim/ TV Clube

Inicialmente, o Viver+Teresina prevê a aplicação de R$ 17 milhões, com recursos oriundos de financiamentos externos. São iniciativas que levarão à população um novo conceito de vivência da cidade, com o objetivo principal de minimizar os efeitos das mudanças climáticas, que já fazem parte do cotidiano das pessoas.

“Esse investimento está chegando para colocar Teresina em um outro patamar. A gestão está imbuída na elaboração de projetos inovadores, que permitam que a população tenha mais qualidade de vida, baseados em soluções que respeitam o meio ambiente, com foco na sustentabilidade, na eficiência e na ideia de que a gestão pública é para todos. Teremos, por exemplo, forte atuação na zona rural, levando benefícios que ainda não chegaram a essa população”, explica Bruno Quaresma, diretor geral do Viver+Teresina.

Estão previstas para serem implementadas obras de mobilidade urbana, saneamento, requalificação habitacional, equipamento de promoção da inovação, áreas verdes, ações de eficiência energética, fortalecimento institucional e empoderamento social.

Fossas sépticas ecológicas — Foto: Semplan Teresina
Fossas sépticas ecológicas — Foto: Semplan Teresina

A primeira obra a ser implementada já tem projeto pronto e beneficiará a população da zona rural e funcionará como piloto. São 50 fossas ecológicas, construídas a partir de materiais recicláveis como pneus e restos de entulhos, em unidades habitacionais que não possuam manejo adequado dos dejetos do banheiro.

A comunidade beneficiada será o povoado Santa Luz, zona rural leste. Posteriormente, o projeto será expandido, com a construção de mais 2.450 unidades.

De acordo com o programa, o sistema da fossa ecológica é sustentável porque reutiliza pneus e restos de entulho de construção. A camada de pneus funciona como uma câmara de fermentação do material que vem do vaso do banheiro.

Ao redor da camada e pneus, é colocada uma outra de entulho cerâmico que abrigam os microorganismos que decompõem o esgoto. Por cima fica uma camada grossa de brita, seguida por uma de areia e outra de terra. Esse sistema permite a perfeita decomposição de todo o material que vem do vaso do banheiro e finaliza com a evaporação do que sobra, que é água.

Na camada mais superficial, estão plantas de espécies frutíferas com folhas grandes, como bananeiras. É essencial que sejam desse tipo porque elas requerem mais água para se desenvolverem.

 Existem estudos comprovando a qualidade dos alimentos produzidos e a inexistência de microorganismos provenientes dos dejetos. — Foto: Arquivo Pessoal/ Indios Brasil
Existem estudos comprovando a qualidade dos alimentos produzidos e a inexistência de microorganismos provenientes dos dejetos. — Foto: Arquivo Pessoal/ Indios Brasil

Se houver nos dejetos qualquer agente que cause doenças nos dejetos que chegam ao sistema fica retido, já que o sistema é todo fechado por uma parede de cimento. Por isso, os frutos produzidos pelas plantas são comestíveis. Existem estudos comprovando a qualidade dos alimentos produzidos e a inexistência de microorganismos provenientes dos dejetos.

Em cada sistema de fossas são utilizados 28 pneus. Elas medem 1,40m de altura; 1,30m de largura e 5m de comprimento. A construção segue as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

Cada família beneficiada será atendida também com treinamento sobre o manejo adequado do sistema, para que ele funcione plenamente.

Jardins de chuva

Também já está em fase de concepção e elaboração de projeto dos “jardins de chuva”. São espaços destinados à filtragem e drenagem da água da chuva, que deverão ser espalhados pela cidade com o intuito de minimizar os pontos de alagamentos no período chuvoso. Eles são compostos por camadas de pedra e areia que recebem plantas ornamentais.

Além da função drenante, os jardins de chuva também contribuem para a diminuição da temperatura, contribuindo para que o microclima do local seja agradável.

Fonte:  g1 Piauí

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