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Sem boas chuvas, barragens de Piaus e Bocaina podem secar em 2017

Sem boas chuvas, Barragem de Bocaina pode secar em 2017
Sem boas chuvas, barragens de Piaus e Bocaina podem secar em 2017

Sem chuvas intensas na região de Picos, duas importantes barragens podem secar deixando milhares de pessoas de diferentes cidades sem abastecimento.

Barragem de Bocaina

A Barragem de Bocaina localizada na região Centro-Sul do Piauí já foi um dos maiores reservatórios de água do Estado, beneficiando mais de cinco municípios da região de Picos. No entanto, a realidade nos últimos três anos tem sido outra com a diminuição significativa do volume de água, que nos dias atuais é de apenas 12 milhões de m³ de água, o menor índice já registrado nos últimos 33 anos.

O técnico de barragens do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), Francisco Alves Teixeira, informou que o quadro era ainda mais alarmante tendo em vista que o nível do reservatório estava em 10 milhões de m³ de água. O aumento ocorreu após a chuva do dia 17 de janeiro em que choveu 72 mm provocando a cheia dos rios Guaribas e Bananeira, principais fontes de água que alimentam a Barragem.

“Para esse mês de janeiro foi até surpreendente a barragem ter aumentado 42 centímetros de altura na torre, o que representa 2 milhões de m³ de água. Este volume estávamos esperando para fevereiro. Foram três anos de perda sem recuperação do reservatório e acredito que até 2022 como as previsões apontam vamos aumentar e muito o volume de água na barragem já que as chuvas devem aumentar”, destacou o técnico.

Francisco Teixeira ainda foi enfático ao frisar que se as chuvas esperadas para este ano não se confirmarem a Barragem de Bocaina poderá secar, pois diante do volume atual ela não se mantém.

“Do jeito que está ela vai secar, pois a Barragem não se mantém já que as comportas ficam abertas no período de estiagem”, frisou.

Fechamento das comportas

Um dos pontos emblemáticos em torno da Barragem de Bocaina tem sido o fechamento das comportas. A iniciativa é regulamentada pela Agência Nacional de Água (ANA), que visa a recuperação do reservatório durante o período de inverno, onde os rios se mantem perenes com as chuvas.

Para se ter uma ideia do efeito da abertura das comportas tem-se como exemplo o ano de 2016, em que a Barragem de Bocaina chegou a marca dos 22 milhões m³ de água. Com a manutenção da abertura das comportas e ausência das chuvas o reservatório chegou a diminuir 12 milhões de m³ de água.

“Com o volume de 22 milhões foi necessário abrir as comportas para perenizar o Rio Guaribas e chegou a 10 milhões, índice encontrado até dezembro. Esse problema de abertura das comportas sempre vai existir porque quando tinha água suficiente era abastecido até a cidade de Santa Cruz do Piauí, irrigação em Torrões. A água foi voltando e diminuindo e hoje só chega até a Sussuapara, não tem condições de ultrapassar o município porque se não seca o reservatório”, afirmou Francisco Alves Teixeira.

No dia 30 de janeiro, as comportas foram fechadas em até 95% devido a quantidade considerável de chuvas que tem caído sobre a região.

Tempos de cheia

No período de 2004 à 2006, a Barragem de Bocaina atingiu um de seus níveis históricos quanto ao volume de água. Na época, o reservatório concentrava 106 milhões de m³ de água nos seus 28 km de extensão, número quase nove vezes maior se comparado ao índice atual.

Barragem Piaus está com apenas 5% de sua capacidade, diz DNOCS

Barragem Piaus

A Barragem Piaus situada na divisa dos municípios de São Julião e Pio IX encontra-se com apenas 5% de sua capacidade máxima. A informação foi repassada para imprensa por Antônio Djalma Policarpo, diretor do Departamento de Obras contra as Secas (DNOCS).

O reservatório é responsável pela Adutora de Piaus, que abastece as cidades de São Julião, Fronteiras, Pio IX, Vila Nova e Campo Grande do Piauí.

Segundo o DNOCS, a capacidade total que o reservatório de Piaus pode acumular é de 104.509,970 m3 de água.

Recentemente uma equipe da Agência Nacional de Águas (ANA) acompanhada por membros do DNOCS e funcionários da Agespisa, empresa que gerência o abastecimento estiveram em São Julião e na ocasião visitaram o açude para a realização de estudos.

Segundo as informações colhidas através dos estudos, devido a grande estiagem e o ritmo frenético de consumo das cinco cidades abastecidas, o volume acumulado atualmente em Piaus tem capacidade para abastecer somente até o mês de março deste ano. Até o presente momento as chuvas foram de poucas intensidades e não acumularam água no reservatório.

Fonte: Folha Atual/Portal É Notícias

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