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Pai e filho são internados em cidade do Piauí com suspeita de Gripe suína

Foto: Reprodução

Um homem de 67 anos e seu filho, de 40 anos, encontram-se internados no Hospital Regional de Bom Jesus com suspeita de H1N1, popularmente conhecida como “gripe suína”.

Em conversa com o Portal B1, o diretor do hospital, Hélder Meneses, descartou qualquer possibilidade de os pacientes estarem com suspeita de Coronavírus, como tem circulado nas redes sociais.

“Ambos são de Redenção do Gurgueia, e nenhum dos dois esteve em contato com familiares, pessoas do Sudeste ou viajaram, como havia sido especulado, então não há possibilidade de um deles ter adquirido o Coronavírus. Os pacientes apresentam quadro de dispneia (dificuldade de respirar), dentre outros sintomas. O senhor, que chegou a perder a consciência, melhorou e já responde a alguns estímulos. O filho segue em observação com quadro de dispneia”, explica.

“Um dos diagnósticos possíveis pode ser uma pneumonia mais avançada ou H1N1, mas nada confirmado até o momento. Ambos estão sendo regulamentados para uma possível transferência para Floriano ou Teresina, mas de antemão está descartada qualquer possibilidade de Coronavírus”, concluiu.

O H1N1

O H1N1 ficou famoso há uma década, quando uma epidemia desse subtipo do vírus da gripe provocou 2 mil mortes no Brasil. Em 2018, ele foi responsável por 65% dos óbitos decorrentes dessa doença. E ainda preocupa em 2019, porque já registrou vítimas fatais – especialmente no Amazonas, que inclusive antecipou sua campanha de vacinação para conter o surto.

O H1N1 causa os mesmos sintomas das outras versões do vírus influenza: febre alta, mal-estar, dor de cabeça, espirros e tosse. A diferença estaria no risco de complicações.

“Ele é um pouco mais virulento. Ou seja, multiplica-se rapidamente no organismo e provoca mais casos graves em jovens, asmáticos e gestantes”, comenta Rosana Richtmann, infectologista do Instituto Emílio Ribas, de São Paulo.

O H1N1 integra o time dos vírus influenza tipo A, do qual o H3N2 também faz parte. Esse agente infeccioso, aliás, parece ser mais perigoso para os idosos.

A outra família de influenza, do tipo B, geralmente se manifesta de maneira mais branda, segundo Hélio Bacha, infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Os especialistas alertam, porém, que as diferenças de agressividade entre os subtipos da gripe são tênues, até porque dependem das constantes mutações que esses vírus sofrem. Em resumo, todos preocupam.

“Temos uma concepção de que o risco é maior quando se trata do H1N1, mas a gripe é uma ameaça sempre, principalmente quando há outras doenças presentes”, reforça Bacha. “Até o tipo B pode ser perigoso”, completa.

O que é diferente no H1N1

Basicamente, a estrutura do vírus, que possui algumas proteínas diferentes. Além disso, assim como todos os membros da família, o H1N1 sofre mutações frequentes – daí a necessidade de tomar a vacina anualmente, principalmente nas campanhas nacionais. O imunizante é atualizado de acordo com as variedades que estão circulando pelo mundo.

A boa notícia é que as mutações mais impactantes, com potencial extra para fazer estragos, são esporádicas. “A cada seis ou sete anos, temos mudanças mais significativas. Aí costumamos ter epidemias maiores, porque o sistema imune da população não conhece aquele agente, como ocorreu no Brasil anos atrás”, explica Bacha.

Diagnóstico e tratamento

Quando os sintomas aparecem, o ideal é procurar o médico. Em determinados casos de H1N1, pode haver dificuldade para respirar ou falta de ar – um sintoma que também surge em indivíduos acometidos com outros tipos de gripe, aliás.

No outono e inverno, quando a incidência da enfermidade é mais alta, nem sempre os médicos solicitam exames que façam essa diferenciação. Até porque o tratamento costuma ser igual.

“O importante é desconfiar do vírus influenza em geral e iniciar o tratamento nas primeiras 48 horas. Os remédios antivirais combatem qualquer um dos subtipos”, destaca Rosana Richtmann.

Mas atenção: esses fármacos (lembra do Tamiflu?) são prescritos nas situações com maior risco de complicações e morte. Diabéticos e idosos, por exemplo, são candidatos por possuírem um déficit no sistema imunológico.

Em casos mais simples, geralmente os médicos apenas manejam os sintomas. Eles oferecem antitérmicos para baixar a febre, analgésicos para controlar a dor, e por aí vai. Enquanto isso, o próprio organismo produz anticorpos para debelar a infecção – para ajudá-lo, repouse e se hidrate.

Fonte: Portal B1

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